Rosélia Maria de Sousa dos
Santos
Mestranda em Sistemas Agroindustriais (UFCG)
José Ozildo dos Santos
Mestrando em Sistemas Agroindustriais (UFCG)
Dilermando Simões Dantas
Médico veterinário, mestre em
Zootecnia (UFCG),
Almair
de Albuquerque Fernandes
Mestre em Sistemas
Agroindustriais (UFCG)
Marcos Antônio Duvirgens Gomes
Aluno do Curso de Gestão Pública (UNINTER)
Marcos Antônio Duvirgens Gomes
Aluno do Curso de Gestão Pública (UNINTER)
Resumo: Trata-se de um artigo de revisão que tem por objetivo mostrar a necessidade de uma nova conscientização ambiental. E, que esse
objetivo pode ser atingido através da educação ambiental como prática. No mundo
atual, caracterizado pelo processo de globalização, no qual, praticamente não
existe outra preocupação há não ser aquela de natureza econômica, o homem vem
explorando de forma excessiva os recursos naturais, colocando em risco a sua
própria espécie. Na atualidade, mais do que nunca, é preciso que o homem e a
sociedade como um todo, adquira uma conscientização ecológica, firmando no
princípio de que é preciso preservar a natureza para que a vida na terra
continue existindo. Através da Educação Ambiental (EA) é possível compreender
melhor as interrelações entre o homem e o ambiente. Com ela é possível não
somente conscientizar, mas mostrar o ser humano a sua responsabilidade para com
a natureza e dimensionar o tamanho do dano já causado pelo homem o maio
ambiente. Para tanto, a escola, em sua proposta pedagógica deve priorizar
questões atuais, a exemplo da problemática do meio ambiente, possibilitando que
seus alunos tenham as melhores informações sobre o referido tema e adquiriram
os conhecimentos necessários para das discussões em sociedade, que o referido
tema requer. A educação ambiental trata de uma mudança de paradigma que implica
tanto uma revolução científica quanto política. A educação ambiental, não
somente pode educar para a cidadania, como também pode contribuir para a coletividade
consciente de seu papel como responsável pela preservação do mundo que habita.
Palavras-chaves: Conscientização Ambiental. Papel da Escola. Cidadania.
1
Introdução
No
mundo atual, caracterizado pelo processo de globalização, no qual, praticamente
não existe outra preocupação há não ser aquela de natureza econômica, o homem
vem explorando de forma excessiva os recursos naturais, colocando em risco a
sua própria espécie.
Na
atualidade, mais do que nunca, é preciso que o homem e a sociedade como um
todo, adquira uma conscientização ecológica, firmando no princípio de que é
preciso preservar a natureza para que a vida na terra continue existindo.
Entretanto,
deve-se registrar que a preocupação com a depredação do Meio Ambiente natural é
insuficiente se esta não estiver intimamente ligada à mudança de posturas e a
novas formas de desenvolvimento, em relação à produção de suas necessidades e
de sua relação com os homens.
Assim,
diante da complexidade das questões ambientais, dos atuais estilos de vida
inseridos no processo de globalização, é patente a necessidade de uma abordagem
interdisciplinar para se trabalhar a Educação Ambiental.
O
presente estudo, no qual adotou-se como procedimento metodológico a pesquisa
bibliográfico, tem por objetivo mostrar a necessidade de uma nova
conscientização ambiental. E, que esse objetivo pode ser atingido através da
educação ambiental como prática.
2 Revisão de Literatura
2.1 A necessidade de uma nova
conscientização ambiental
No contexto atual, é necessário que o homem tenha uma
consciência ecológica sólida e entenda que a melhor maneira de se explorar o
meio ambiente é buscando uma harmonia entre este e o desenvolvimento. Assim
sendo, é preciso que o homem atual seja consciente de que pode, de forma
racional, utilizar-se dos recursos naturais, sem, contudo, destruir a natureza.
Explica Guimarães (2001) que:
A ausência de uma consciência holística e, portanto,
ecologicamente equilibrada vem transformando a face do planeta neste último
decênio num verdadeiro caldeirão de contradições que ao um só tempo, põem por
terra a pretensa racionalidade do homem na escala evolutiva animal. O
aquecimento global, os terremotos, furacões e ciclones, o aumento da
desertificação, o assoreamentos dos rios, o desmatamento, a poluição nos seus
mais diversos aspectos, a fome, a extinção de espécies animais, a falta de água
doce entre outros acontecimentos diretamente ligados à devastação
indiscriminada da natureza, não são assuntos estranhos para a humanidade, uma
vez que vários alertas foram feitos por meio da comunidade científica e
ambientalista de várias partes do mundo; o que falta em essência é o despertar
da consciência crítica e coletiva dos povos, em relação à perspectiva de futuro
da espécie hoje seriamente ameaçada pelo desejo alucinado do lucro imediato.
Na atualidade, nota-se que o homem tem caminhado para a
consciência da necessidade de uma exploração racional no interesse da sua
própria economia. Os planos de desenvolvimento econômico de muitos países já
conciliam as transformações inevitáveis dos meios naturais com a conservação
ambiental, configurando-se o que frequentemente é chamado de desenvolvimento.
2.2 O surgimento da educação ambiental
No mundo atual, os temas ambientais estão presentes nas
manchetes de jornais, nos programas de televisão, artigos de revistas, em
palestras, congressos, campanhas populares, marketing de empresas e planos de
governo. Isso demonstra que o debate sobre os problemas ambientais e a
necessidade de encontrar soluções para os mesmos, torna-se cada vez mais
urgente na sociedade contemporânea (FIGUEIREDO, 2004).
Os problemas ambientais atingem os interesses e as necessidades
das pessoas, independente da profissão e classe social, sensibilizando-as a
tomarem consciência de que tais problemas vão se somando e agravando à
proporção, que o progresso avança.
De acordo com Souza (2001):
[...] essas questões passaram a ter importância somente quando,
de um lado, a ameaça de risco à segurança e à qualidade de vida atingiu as
classes médias e, de outro, quando se passaram a contabilizar as perdas nas
esferas de produção provocadas pela sua não preservação e pelos imensos custos
provocados pelo colapso ambiental.
As soluções para os problemas ambientais somente serão possíveis
se houver envolvimento e participação de toda a sociedade juntamente com o
apoio de políticas públicas condizentes, pois tais problemas não podem ser
resolvidos individualmente, nem por movimentos isolados das comunidades.
Por isso, Souza (2001) afirma que:
O ‘meio socioeconômico’ deve ser, de alguma forma, um aspecto
central das discussões ambientais, pois o que está em jogo não é simplesmente a
preservação, mas sim como os homens, de forma individual ou em grupos, ao
apropriarem-se da natureza para satisfazerem as suas necessidades, estabelecem
formas diversas de conflitos expressos na segregação dos benefícios que o
bem-estar deveria lhes proporcionar.
Nesse sentido, cabe ao homem atual conscientizar-se de que ele é
parte do próprio meio, de tal forma que se ele continuar explorando de forma
excessiva os recursos naturais, sem uma preocupação em preservar o meio
ambiente, no futuro, até ele próprio estará entre as espécies em extinção.
Dissertando com a necessidade de uma consciência ecológica,
Viola (1987) afirma que “o comportamento predatório não é novo na história
humana, não se restringe nem ao fim do século XX e nem aos últimos dois séculos
de industrialização, o que é novo é a escala dos instrumentos de predação, cujo
símbolo máximo é as armas nucleares”.
Entretanto, foi somente após sentir na pele os efeitos da
contaminação ambiental, causada por diversos fatores, que os seres humanos
começaram a adquirir a autoconsciência das possibilidades de destruição do
planeta. E, com esse despertar, lançou-se as sementes da Educação Ambiental,
tão necessária na atualidade.
2.3 Conceituando educação ambiental (EA)
Atualmente, a Educação Ambiental é um tema bastante discutido
tanto no meio acadêmico como em diversos segmentos da sociedade organizada,
existindo, portanto, várias definições sobre a mesma. No entanto, todas, de
forma direta ou indireta, apresentam a necessidade de formar no aluno uma
consciência quanto à importância da preservação do meio ambiente.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,
1997):
Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade.
A Educação Ambiental é uma forma abrangente de educação, que
através de um processo pedagógico participativo permanente, procura incutir no
educando e na sociedade, de forma geral, uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental, despertando esses segmentos quanto à necessidade de se
promover a preservação da natureza.
De acordo com Figueiredo (2004):
A educação ambiental é um processo que visa formar uma população mundial consciente e
preocupada com o ambiente e com os problemas que lhe dizem respeito, uma
população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as
motivações e o sentido de participação e engajamento que lhe permitam trabalhar
individual e coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir que se
repitam.
No âmbito educacional, a educação ambiental deverá ser
trabalhada na escola como processo educacional em todas as instâncias de
formação e disciplinas do currículo, integrando-se ao processo educacional como
um tema transversal, conforme expressam os Parâmetros Curriculares Nacionais
(BRASIL, 1997).
No âmbito social, ela deve ser abordada através de campanhas de
esclarecimentos, veiculadas através dos mais variados meios de comunicação,
mostrando à população a necessidade de preservar a natureza como um todo
(FIGUEIREDO, 2004).
A Educação Ambiental possibilita a construção do conhecimento,
proporcionando ao ser humano uma compreensão crítica global do ambiente, sendo,
portanto, uma das alternativas de transformação de paradigmas com a construção
de uma consciência coletiva volta para a preservação do meio ambiente.
Nesse mesmo sentido, destaca Leff (2002) que:
A educação ambiental se fundamenta em dois princípios básicos:
uma nova ética que orienta os valores e comportamentos para os objetivos de
sustentabilidade ecológica e a equidade social; uma nova concepção do mundo
como sistemas complexos, a reconstituição do conhecimento e o diálogo de
saberes.
A Educação Ambiental traz para o ser humano uma nova ética ao
mesmo tempo em que mostra a necessidade de uma conscientização coletiva,
pautada num princípio que mostra que todo ser humano possui sua
responsabilidade a cumprir para com o meio ambiente. Na opinião de Quintas
(2001), à educação ambiental cabe:
[...] principalmente, promover a mudança de comportamento do
sujeito em sua relação cotidiana e individualizada com o meio ambiente e os
recursos naturais, objetivando a formação de hábitos ambientalmente
responsáveis no meio social. Essa abordagem evidencia uma leitura acrítica e
ingênua da problemática ambiental e aponta para uma prática pedagógica
prescritiva e reprodutiva. Assim, a transformação da sociedade seria o
resultado da transformação individual dos seus integrantes.
Diante disso, entende-se que é necessário efetivar a Educação
Ambiental no processo educativo, objetivando formar cidadãos conscientes,
capazes de decidirem e atuarem na realidade socioambiental de uma forma mais
comprometida com a vida e o bem-estar de todos.
Contudo, esse processo de efetivação da ED deve envolver a
sociedade como um todo, cuja conscientização da necessidade de preservação do
meio ambiente sob todos os aspectos deve ser incentivada e promovida através de
todos os segmentos da mídia. Tal missão, não é apenas uma tarefa dos organismos
de governo, deve ser um compromisso de todos os segmentos da sociedade
organizada, organizações não governamentais, conselhos de preservação do meio,
etc.
2.4 O caráter interdisciplinar da
educação ambiental
É consenso entre os teóricos, que o ensino apresenta melhores
resultados, quando, de forma geral, trabalha-se em sala de aula a
interdisciplinaridade. Embora não sendo conteúdo específico de sua disciplina,
o professor pode e deve trabalhar a Educação Ambiental em sala de aula. Se
assim fizer, estará dando uma excelente contribuição ao ensino aprendizagem,
possibilitando aos seus alunos os conhecimentos necessários para que os mesmos
possam entender melhor o mundo que existe em sua volta.
Em seu contexto, a Educação Ambiental encontra-se vinculada a
diversos valores tais como: cooperação, solidariedade, respeito mútuo,
responsabilidade individual e coletiva, participação, comprometimento e
coletividade (QUINTAS, 2001).
Independentemente da disciplina, temas com Educação Ambiental,
Orientação Sexual, Cidadania e Ética, devem ocupar espaços privilegiados nas
salas de aula, tanto no ensino fundamental como no ensino médio.
Nesse sentido, deve-se lembrar que a opção pelo trabalho com o
tema meio ambiente traz a necessidade de aquisição de conhecimento e informação
por parte da escola para que se possa desenvolver um trabalho adequado junto
aos alunos.
De acordo com Medina e Santos (1999):
A EA não consiste simplesmente em dar
um trato mais adequado às questões ambientais que já estão presentes (muitas
vezes de maneira mais implícita que explícita) nos conteúdos curriculares de
várias disciplinas, ou introduzir componentes ambientais a certas disciplinas,
dando prioridade às ciências naturais e em particular à ecologia ou à geografia
como campos interdisciplinares por natureza... se trata de construir um saber
ambiental que se defina em relação a cada uma das disciplinas já constituídas,
através de um processo social de produção do conhecimento.
Diante desta constatação, percebe-se a Educação Ambiental possui
um caráter interdisciplinar. Desse modo, sua efetivação proporciona uma maior
contribuição ao processo de compreensão dos problemas ambientais, sob seus
diferentes pontos de vista. Nesse sentido, reconhecer o caráter
interdisciplinar da educação ambiental é aproximar-se dos valores e da
complexidade do real.
Através da Educação Ambiental (EA) é possível compreender melhor
as inter-relações entre o homem e o ambiente. Pois, através dela é possível não
somente conscientizar, mas mostrar o ser humano a sua responsabilidade para com
a natureza e dimensionar o tamanho do dano já causado pelo homem o maio
ambiente.
Para tanto, a escola, em sua proposta pedagógica deve priorizar
questões atuais, a exemplo da problemática do meio ambiente, possibilitando que
seus alunos tenham as melhores informações sobre o referido tema e adquiriram
os conhecimentos necessários para das discussões em sociedade, que o referido
tema requer.
2.6 Educação ambiental no contexto atual
Na atualidade, o homem possui um grande desafio de criar uma
sociedade ambientalmente sustentável, garantindo às gerações futuras o direito
a uma existência segura. Noutras palavras, é preciso mudar a realidade atual,
pautada pela degradação ambiental, pelo risco de colapso ecológico e pelo
avanço da desigualdade social e da pobreza.
Concordando com esse pensamento Morais (2002) observa que:
Não podemos deixar como herança aos nossos descendentes um
planeta de cimento, sem sentimento; um mar de água poluída; um planeta
transformado em imensa lixeira; um planeta distante da sua capacidade de
suporte. Porque segundo a Hipótese de Gaia, a Terra, enquanto ser vivo em
evolução é capaz de tirar de circulação aquela espécie que ameaça a sua
continuidade. Salvar a Terra corresponde em salvar a própria espécie Homo Sapiens.
A transformação da realidade atual somente será possível a
partir do momento em que a Educação Ambiental passar a ser efetivada, deixando
de ser apenas um tema dos discursos acadêmicos e se transforme numa ferramenta
de mudanças. Ela possui um caráter interdisciplinar, que permite aos seres
humanos conhecer as leis que regem a natureza, bem como compreender as relações
e interações existentes entre eles, os demais seres vivos e o próprio ambiente.
Afirma Tozoni-Reis (2004) que:
As discussões sobre a Educação Ambiental no mundo contemporâneo
estão relacionadas às questões ambientais mais amplas, que têm feito parte das
preocupações dos mais variados setores da sociedade. Apesar das diferentes
abordagens com que têm sido tratadas essas questões, todas as discussões apontam
para a necessidade de políticas públicas de Educação Ambiental.
Através da Educação Ambiental pode-se construir uma consciência
comunitária, mostrando como se viver em acordo com o seu meio ambiente,
modificando o comportamento e os hábitos das pessoas, pois ela permitir a
compreensão da complexidade do meio ambiente. E, por outro lado, mostra como o
ser humano, de forma racional, deve utilizar dos recursos do meio para
satisfazer suas necessidades.
Ainda segundo Quintas (2001):
[...] o esforço da educação ambiental deveria ser direcionado
para a compreensão e a busca de superação das causas estruturais dos problemas
ambientais por meio da ação coletiva e organizada. Segundo essa percepção, a
leitura da problemática ambiental realiza-se sob a ótica da complexidade do
meio social e o processo educativo deve pautar-se por uma postura dialógica,
problematizadora, comprometida com transformações estruturais da sociedade e de
cunho emancipatório. Aqui se acredita que ao participar do processo coletivo de
transformação da sociedade a pessoa também se estará transformando.
Nesse sentido, a Educação Ambiental não somente é vista como uma
ferramenta de mudanças, mas como um instrumento construtor da própria
consciência humana, capaz de fazer do ser humano um construtor/fiscal de um
mundo, no qual nas ações relacionadas ao desenvolvimento econômico, sejam
sempre pautadas na sustentabilidade.
Diante desta realidade, entende Meller (1997) que “a Educação
Ambiental não deve ser uma disciplina, mas uma expressão relacionada ao campo
pedagógico que reflete a interdisciplinaridade de conteúdos de diferentes áreas
do conhecimento, devendo permear o currículo escolar como um Tema Transversal”.
Uma das propostas implantada pelo MEC, nos Parâmetros
Curriculares Nacionais é que, além de informações e conceitos, a escola e seus
professores, se proponham a trabalhar com atitudes, formação de valores, e
também o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos (BRASIL, 1997).
No Brasil, a Educação Ambiental foi assumida como obrigação constitucional.
Assim, considerando que o processo educativo pode contribuir para a superação
do quadro atual de degradação da natureza, a escola, enquanto instituição, deve
está preparada para incorporar a temática ambiental em seu currículo. Pois,
esta “ainda é o lugar mais adequado para trabalhar a relação
homem-ambiente-sociedade, sendo um espaço adequado para formar um homem novo,
crítico e criativo, com uma nova visão de mundo que supere o antropocentrismo”
(MELLER, 1997).
Apesar de alguns avanços, a política federal para a Educação
Ambiental ainda carece de maior articulação entre os setores governamentais e
não governamentais, para que políticas específicas sejam efetivamente
implementadas.
Diante da atual situação, o Brasil está longe de resolver
adequadamente a questão ambiental, uma vez que os brasileiros foram deseducados
quanto à compreensão dos problemas do Meio Ambiente.
Em síntese, a educação ambiental como uma ação destinada a
reformular comportamentos humanos, pode proporcionar a conscientização para a
preservação do meio ambiente, por ser “um processo educativo fundamental para
garantir um ambiente sadio para todos os homens e todas as formas de vida”
(TOZONI-REIS, 2004).
3 Considerações Finais
No contexto escolar, a Educação Ambiental possui uma grande
importância, apesar de sua introdução ser recente. No entanto, a mesma deve
continuar além da escola. Diante desta realidade, vê-se a importância que tal
disciplina ocupa na formação do aluno. Pois, ela possibilita uma visão cidadão
de vida.
O processo educativo tem que acompanhar a evolução da concepção
sobre o papel da escola, suas relações com a sociedade e com a mudança das
exigências do mundo. Por isso, a Educação Ambiental não deve ser uma disciplina
isolada: ela deve envolver todo o contexto escolar.
Por isso, trabalhar a Educação Ambiental a partir de eixos
temáticos, exige do professor pesquisa, trabalho em equipe, criatividade, entre
outros atributos. A princípio, isto pode provocar atitudes de medo, insegurança,
recusa e, até mesmo, insatisfação e indisponibilidade. No entanto, é um
trabalho que precisa ser feito.
Uma missão dessa natureza exige, por parte do professor uma redefinição
de seu papel, de sua forma de trabalho. É importante que ele reconheça que a Educação
Ambiental é complexa, sendo necessário várias áreas do conhecimento humano para
lhe dar o suporte necessário, ou seja, as condições teóricas e metodológicas necessárias
à sua efetivação.
A educação ambiental, tratada como tema transversal, deverá ser
desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente. A
educação ambiental aponta para propostas pedagógicas centradas na
conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências,
capacidade de avaliação e participação dos educandos.
A educação ambiental trata de uma mudança de paradigma que
implica tanto uma revolução científica quanto política. A educação ambiental, não
somente pode educar para a cidadania, como também pode contribuir para a coletividade
consciente de seu papel como responsável pela preservação do mundo que habita.Esta,
deve considerar o Meio Ambiente em sua totalidade, levando em conta a
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o
enfoque da sustentabilidade.
Assim,
a Educação Ambiental deve promover o desenvolvimento de uma compreensão
integrada do Meio Ambiente, em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo
todos os aspectos da vida humana.
As dificuldades que se colocam para a Educação Ambiental, enquanto
prática dialógica e crítica, são a falta de recursos, alegada pela maioria dos
professores da escola pública e as falhas no processo de formação para atuar
como educadores ambientais, verificadas pelos professores de ambas as redes de
ensino.
Se toda comunidade escolar não se sensibilizar com as questões
socioambientais, vivenciadas cotidianamente, não haverá mudança de
comportamento. Este é o papel do educador ambiental: sensibilizar as pessoas
para que elas interiorizem os seus problemas mais próximos e adotem atitudes
para solucioná-los.
No entanto, a Educação Ambiental não é a solução para todos os
problemas ambientais, pois estes têm suas raízes em questões econômicas,
políticas, dentre outras, e que há conflitos de interesses entre os vários
setores envolvidos.
Apesar disso, não se pode negar que a Educação Ambiental se
constitui em um movimento ético e histórico de suma importância para a
construção de uma consciência ambiental natural e cultural. Desta forma,
percebe-se que a dificuldade em se estabelecer uma prática adequada de Educação
Ambiental não se limita apenas aos fatores estruturais.
4 Referências
BRASIL.
Parâmetros curriculares nacionais:
meio ambiente e saúde. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,
1997.
FIGUEIREDO,
Sandra Araújo. Proposta curricular:
educação ambiental. Brasília: MEC, 2004.
GUIMARÃES,
Roberto P. A ética da sustentabilidade e
a formulação de políticas de desenvolvimento: Um debate sócio ambiental no
Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abrano, 2001.
LEFF,
E. Saber Ambiental:
Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 2 ED. Petrópolis: Vozes,
2002.
MEDINA,
N. Mininni; SANTOS, E. C. Educação
ambiental: Uma metodologia participativa de formação. Petrópolis: Vozes,
2000.
MELLER,
C. B. Educação ambiental como possibilidade para superação da fragmentação do
trabalho escolar. In: Espaços da Escola,
Itajaí, v. 4, n. 26, p. 39-49, 1997.
MORAIS,
Carlos Antônio de. Meio ambiente:
questões atuais. São Paulo: Nova Era, 2002.
QUINTAS,
José Silva. Educação ambiental e cidadania: uma construção necessária. In: Ciclo de palestras sobre meio ambiente.
Brasília: MEC/SEF, 2001, p. 41-46.
SOUZA,
Geraldo O. C. Cidade, meio ambiente e modernidade. In: SPOSITO, M. E. B. (Org.). Urbanização e cidades: perspectivas geográficas.
Presidente Prudente: GASPERR, 2001. p.253-279.
TOZONI-REIS,
M. F. C. Educação ambiental:
natureza, razão e história. Campinas-SP: Autores Associados, 2004, p. 172.
VIOLA,
Eduardo. O movimento ecológico no Brasil (1974-1986), do ambientalismo à
ecopolítica. In: J. Augusto Pádua (org.) Ecologia
e política no Brasil. Rio de Janeiro, Ed. Espaço e Tempo. 1987.
Nenhum comentário:
Postar um comentário