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terça-feira, 17 de março de 2015

A NECESSIDADE DE UMA NOVA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO PRÁTICA


Rosélia Maria de Sousa dos Santos
Mestranda em Sistemas Agroindustriais (UFCG)
José Ozildo dos Santos
Mestrando em Sistemas Agroindustriais (UFCG)
Dilermando Simões Dantas
Médico veterinário, mestre em Zootecnia (UFCG),
Almair de Albuquerque Fernandes
Mestre em Sistemas Agroindustriais (UFCG)
Marcos Antônio Duvirgens Gomes
Aluno do Curso de Gestão Pública (UNINTER)
 
Resumo: Trata-se de um artigo de revisão que tem por objetivo mostrar a necessidade de uma nova conscientização ambiental. E, que esse objetivo pode ser atingido através da educação ambiental como prática. No mundo atual, caracterizado pelo processo de globalização, no qual, praticamente não existe outra preocupação há não ser aquela de natureza econômica, o homem vem explorando de forma excessiva os recursos naturais, colocando em risco a sua própria espécie. Na atualidade, mais do que nunca, é preciso que o homem e a sociedade como um todo, adquira uma conscientização ecológica, firmando no princípio de que é preciso preservar a natureza para que a vida na terra continue existindo. Através da Educação Ambiental (EA) é possível compreender melhor as interrelações entre o homem e o ambiente. Com ela é possível não somente conscientizar, mas mostrar o ser humano a sua responsabilidade para com a natureza e dimensionar o tamanho do dano já causado pelo homem o maio ambiente. Para tanto, a escola, em sua proposta pedagógica deve priorizar questões atuais, a exemplo da problemática do meio ambiente, possibilitando que seus alunos tenham as melhores informações sobre o referido tema e adquiriram os conhecimentos necessários para das discussões em sociedade, que o referido tema requer. A educação ambiental trata de uma mudança de paradigma que implica tanto uma revolução científica quanto política. A educação ambiental, não somente pode educar para a cidadania, como também pode contribuir para a coletividade consciente de seu papel como responsável pela preservação do mundo que habita.
 
Palavras-chaves: Conscientização Ambiental. Papel da Escola. Cidadania.
 
 
1 Introdução
 
      No mundo atual, caracterizado pelo processo de globalização, no qual, praticamente não existe outra preocupação há não ser aquela de natureza econômica, o homem vem explorando de forma excessiva os recursos naturais, colocando em risco a sua própria espécie.
Na atualidade, mais do que nunca, é preciso que o homem e a sociedade como um todo, adquira uma conscientização ecológica, firmando no princípio de que é preciso preservar a natureza para que a vida na terra continue existindo.
Entretanto, deve-se registrar que a preocupação com a depredação do Meio Ambiente natural é insuficiente se esta não estiver intimamente ligada à mudança de posturas e a novas formas de desenvolvimento, em relação à produção de suas necessidades e de sua relação com os homens.
Assim, diante da complexidade das questões ambientais, dos atuais estilos de vida inseridos no processo de globalização, é patente a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para se trabalhar a Educação Ambiental.
O presente estudo, no qual adotou-se como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfico, tem por objetivo mostrar a necessidade de uma nova conscientização ambiental. E, que esse objetivo pode ser atingido através da educação ambiental como prática. 

2 Revisão de Literatura
2.1 A necessidade de uma nova conscientização ambiental

No contexto atual, é necessário que o homem tenha uma consciência ecológica sólida e entenda que a melhor maneira de se explorar o meio ambiente é buscando uma harmonia entre este e o desenvolvimento. Assim sendo, é preciso que o homem atual seja consciente de que pode, de forma racional, utilizar-se dos recursos naturais, sem, contudo, destruir a natureza.
Explica Guimarães (2001) que:

A ausência de uma consciência holística e, portanto, ecologicamente equilibrada vem transformando a face do planeta neste último decênio num verdadeiro caldeirão de contradições que ao um só tempo, põem por terra a pretensa racionalidade do homem na escala evolutiva animal. O aquecimento global, os terremotos, furacões e ciclones, o aumento da desertificação, o assoreamentos dos rios, o desmatamento, a poluição nos seus mais diversos aspectos, a fome, a extinção de espécies animais, a falta de água doce entre outros acontecimentos diretamente ligados à devastação indiscriminada da natureza, não são assuntos estranhos para a humanidade, uma vez que vários alertas foram feitos por meio da comunidade científica e ambientalista de várias partes do mundo; o que falta em essência é o despertar da consciência crítica e coletiva dos povos, em relação à perspectiva de futuro da espécie hoje seriamente ameaçada pelo desejo alucinado do lucro imediato.

Na atualidade, nota-se que o homem tem caminhado para a consciência da necessidade de uma exploração racional no interesse da sua própria economia. Os planos de desenvolvimento econômico de muitos países já conciliam as trans­formações inevitáveis dos meios naturais com a conservação ambiental, configurando-se o que frequentemente é chamado de desenvolvimento.

2.2 O surgimento da educação ambiental
 
No mundo atual, os temas ambientais estão presentes nas manchetes de jornais, nos programas de televisão, artigos de revistas, em palestras, congressos, campanhas populares, marketing de empresas e planos de governo. Isso demonstra que o debate sobre os problemas ambientais e a necessidade de encontrar soluções para os mesmos, torna-se cada vez mais urgente na sociedade contemporânea (FIGUEIREDO, 2004).
Os problemas ambientais atingem os interesses e as necessidades das pessoas, independente da profissão e classe social, sensibilizando-as a tomarem consciência de que tais problemas vão se somando e agravando à proporção, que o progresso avança.
De acordo com Souza (2001):
 

[...] essas questões passaram a ter importância somente quando, de um lado, a ameaça de risco à segurança e à qualidade de vida atingiu as classes médias e, de outro, quando se passaram a contabilizar as perdas nas esferas de produção provocadas pela sua não preservação e pelos imensos custos provocados pelo colapso ambiental.
 
As soluções para os problemas ambientais somente serão possíveis se houver envolvimento e participação de toda a sociedade juntamente com o apoio de políticas públicas condizentes, pois tais problemas não podem ser resolvidos individualmente, nem por movimentos isolados das comunidades.
Por isso, Souza (2001) afirma que: 

O ‘meio socioeconômico’ deve ser, de alguma forma, um aspecto central das discussões ambientais, pois o que está em jogo não é simplesmente a preservação, mas sim como os homens, de forma individual ou em grupos, ao apropriarem-se da natureza para satisfazerem as suas necessidades, estabelecem formas diversas de conflitos expressos na segregação dos benefícios que o bem-estar deveria lhes proporcionar. 

Nesse sentido, cabe ao homem atual conscientizar-se de que ele é parte do próprio meio, de tal forma que se ele continuar explorando de forma excessiva os recursos naturais, sem uma preocupação em preservar o meio ambiente, no futuro, até ele próprio estará entre as espécies em extinção.
Dissertando com a necessidade de uma consciência ecológica, Viola (1987) afirma que “o comportamento predatório não é novo na história humana, não se restringe nem ao fim do século XX e nem aos últimos dois séculos de industrialização, o que é novo é a escala dos instrumentos de predação, cujo símbolo máximo é as armas nucleares”.
Entretanto, foi somente após sentir na pele os efeitos da contaminação ambiental, causada por diversos fatores, que os seres humanos começaram a adquirir a autoconsciência das possibilidades de destruição do planeta. E, com esse despertar, lançou-se as sementes da Educação Ambiental, tão necessária na atualidade.
 

2.3 Conceituando educação ambiental (EA)
 

Atualmente, a Educação Ambiental é um tema bastante discutido tanto no meio acadêmico como em diversos segmentos da sociedade organizada, existindo, portanto, várias definições sobre a mesma. No entanto, todas, de forma direta ou indireta, apresentam a necessidade de formar no aluno uma consciência quanto à importância da preservação do meio ambiente.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997): 

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. 

A Educação Ambiental é uma forma abrangente de educação, que através de um processo pedagógico participativo permanente, procura incutir no educando e na sociedade, de forma geral, uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, despertando esses segmentos quanto à necessidade de se promover a preservação da natureza.
De acordo com Figueiredo (2004): 

A educação ambiental é um processo que visa formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas que lhe dizem respeito, uma população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as motivações e o sentido de participação e engajamento que lhe permitam trabalhar individual e coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir que se repitam. 

No âmbito educacional, a educação ambiental deverá ser trabalhada na escola como processo educacional em todas as instâncias de formação e disciplinas do currículo, integrando-se ao processo educacional como um tema transversal, conforme expressam os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997).
No âmbito social, ela deve ser abordada através de campanhas de esclarecimentos, veiculadas através dos mais variados meios de comunicação, mostrando à população a necessidade de preservar a natureza como um todo (FIGUEIREDO, 2004).
A Educação Ambiental possibilita a construção do conhecimento, proporcionando ao ser humano uma compreensão crítica global do ambiente, sendo, portanto, uma das alternativas de transformação de paradigmas com a construção de uma consciência coletiva volta para a preservação do meio ambiente. 
Nesse mesmo sentido, destaca Leff (2002) que:  

A educação ambiental se fundamenta em dois princípios básicos: uma nova ética que orienta os valores e comportamentos para os objetivos de sustentabilidade ecológica e a equidade social; uma nova concepção do mundo como sistemas complexos, a reconstituição do conhecimento e o diálogo de saberes. 

A Educação Ambiental traz para o ser humano uma nova ética ao mesmo tempo em que mostra a necessidade de uma conscientização coletiva, pautada num princípio que mostra que todo ser humano possui sua responsabilidade a cumprir para com o meio ambiente. Na opinião de Quintas (2001), à educação ambiental cabe: 

[...] principalmente, promover a mudança de comportamento do sujeito em sua relação cotidiana e individualizada com o meio ambiente e os recursos naturais, objetivando a formação de hábitos ambientalmente responsáveis no meio social. Essa abordagem evidencia uma leitura acrítica e ingênua da problemática ambiental e aponta para uma prática pedagógica prescritiva e reprodutiva. Assim, a transformação da sociedade seria o resultado da transformação individual dos seus integrantes. 

Diante disso, entende-se que é necessário efetivar a Educação Ambiental no processo educativo, objetivando formar cidadãos conscientes, capazes de decidirem e atuarem na realidade socioambiental de uma forma mais comprometida com a vida e o bem-estar de todos.
Contudo, esse processo de efetivação da ED deve envolver a sociedade como um todo, cuja conscientização da necessidade de preservação do meio ambiente sob todos os aspectos deve ser incentivada e promovida através de todos os segmentos da mídia. Tal missão, não é apenas uma tarefa dos organismos de governo, deve ser um compromisso de todos os segmentos da sociedade organizada, organizações não governamentais, conselhos de preservação do meio, etc. 

2.4 O caráter interdisciplinar da educação ambiental 

É consenso entre os teóricos, que o ensino apresenta melhores resultados, quando, de forma geral, trabalha-se em sala de aula a interdisciplinaridade. Embora não sendo conteúdo específico de sua disciplina, o professor pode e deve trabalhar a Educação Ambiental em sala de aula. Se assim fizer, estará dando uma excelente contribuição ao ensino aprendizagem, possibilitando aos seus alunos os conhecimentos necessários para que os mesmos possam entender melhor o mundo que existe em sua volta. 
Em seu contexto, a Educação Ambiental encontra-se vinculada a diversos valores tais como: cooperação, solidariedade, respeito mútuo, responsabilidade individual e coletiva, participação, comprometimento e coletividade (QUINTAS, 2001).
Independentemente da disciplina, temas com Educação Ambiental, Orientação Sexual, Cidadania e Ética, devem ocupar espaços privilegiados nas salas de aula, tanto no ensino fundamental como no ensino médio.
Nesse sentido, deve-se lembrar que a opção pelo trabalho com o tema meio ambiente traz a necessidade de aquisição de conhecimento e informação por parte da escola para que se possa desenvolver um trabalho adequado junto aos alunos.
De acordo com Medina e Santos (1999): 

A EA não consiste simplesmente em dar um trato mais adequado às questões ambientais que já estão presentes (muitas vezes de maneira mais implícita que explícita) nos conteúdos curriculares de várias disciplinas, ou introduzir componentes ambientais a certas disciplinas, dando prioridade às ciências naturais e em particular à ecologia ou à geografia como campos interdisciplinares por natureza... se trata de construir um saber ambiental que se defina em relação a cada uma das disciplinas já constituídas, através de um processo social de produção do conhecimento 

Diante desta constatação, percebe-se a Educação Ambiental possui um caráter interdisciplinar. Desse modo, sua efetivação proporciona uma maior contribuição ao processo de compreensão dos problemas ambientais, sob seus diferentes pontos de vista. Nesse sentido, reconhecer o caráter interdisciplinar da educação ambiental é aproximar-se dos valores e da complexidade do real.
Através da Educação Ambiental (EA) é possível compreender melhor as inter-relações entre o homem e o ambiente. Pois, através dela é possível não somente conscientizar, mas mostrar o ser humano a sua responsabilidade para com a natureza e dimensionar o tamanho do dano já causado pelo homem o maio ambiente.
Para tanto, a escola, em sua proposta pedagógica deve priorizar questões atuais, a exemplo da problemática do meio ambiente, possibilitando que seus alunos tenham as melhores informações sobre o referido tema e adquiriram os conhecimentos necessários para das discussões em sociedade, que o referido tema requer. 

2.6 Educação ambiental no contexto atual 

Na atualidade, o homem possui um grande desafio de criar uma sociedade ambientalmente sustentável, garantindo às gerações futuras o direito a uma existência segura. Noutras palavras, é preciso mudar a realidade atual, pautada pela degradação ambiental, pelo risco de colapso ecológico e pelo avanço da desigualdade social e da pobreza.
Concordando com esse pensamento Morais (2002) observa que: 

Não podemos deixar como herança aos nossos descendentes um planeta de cimento, sem sentimento; um mar de água poluída; um planeta transformado em imensa lixeira; um planeta distante da sua capacidade de suporte. Porque segundo a Hipótese de Gaia, a Terra, enquanto ser vivo em evolução é capaz de tirar de circulação aquela espécie que ameaça a sua continuidade. Salvar a Terra corresponde em salvar a própria espécie Homo Sapiens. 

A transformação da realidade atual somente será possível a partir do momento em que a Educação Ambiental passar a ser efetivada, deixando de ser apenas um tema dos discursos acadêmicos e se transforme numa ferramenta de mudanças. Ela possui um caráter interdisciplinar, que permite aos seres humanos conhecer as leis que regem a natureza, bem como compreender as relações e interações existentes entre eles, os demais seres vivos e o próprio ambiente.
Afirma Tozoni-Reis (2004) que: 

As discussões sobre a Educação Ambiental no mundo contemporâneo estão relacionadas às questões ambientais mais amplas, que têm feito parte das preocupações dos mais variados setores da sociedade. Apesar das diferentes abordagens com que têm sido tratadas essas questões, todas as discussões apontam para a necessidade de políticas públicas de Educação Ambiental. 

Através da Educação Ambiental pode-se construir uma consciência comunitária, mostrando como se viver em acordo com o seu meio ambiente, modificando o comportamento e os hábitos das pessoas, pois ela permitir a compreensão da complexidade do meio ambiente. E, por outro lado, mostra como o ser humano, de forma racional, deve utilizar dos recursos do meio para satisfazer suas necessidades.
Ainda segundo Quintas (2001):  

[...] o esforço da educação ambiental deveria ser direcionado para a compreensão e a busca de superação das causas estruturais dos problemas ambientais por meio da ação coletiva e organizada. Segundo essa percepção, a leitura da problemática ambiental realiza-se sob a ótica da complexidade do meio social e o processo educativo deve pautar-se por uma postura dialógica, problematizadora, comprometida com transformações estruturais da sociedade e de cunho emancipatório. Aqui se acredita que ao participar do processo coletivo de transformação da sociedade a pessoa também se estará transformando. 

Nesse sentido, a Educação Ambiental não somente é vista como uma ferramenta de mudanças, mas como um instrumento construtor da própria consciência humana, capaz de fazer do ser humano um construtor/fiscal de um mundo, no qual nas ações relacionadas ao desenvolvimento econômico, sejam sempre pautadas na sustentabilidade.
Diante desta realidade, entende Meller (1997) que “a Educação Ambiental não deve ser uma disciplina, mas uma expressão relacionada ao campo pedagógico que reflete a interdisciplinaridade de conteúdos de diferentes áreas do conhecimento, devendo permear o currículo escolar como um Tema Transversal”.
Uma das propostas implantada pelo MEC, nos Parâmetros Curriculares Nacionais é que, além de informações e conceitos, a escola e seus professores, se proponham a trabalhar com atitudes, formação de valores, e também o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos (BRASIL, 1997).
No Brasil, a Educação Ambiental foi assumida como obrigação constitucional. Assim, considerando que o processo educativo pode contribuir para a superação do quadro atual de degradação da natureza, a escola, enquanto instituição, deve está preparada para incorporar a temática ambiental em seu currículo. Pois, esta “ainda é o lugar mais adequado para trabalhar a relação homem-ambiente-sociedade, sendo um espaço adequado para formar um homem novo, crítico e criativo, com uma nova visão de mundo que supere o antropocentrismo” (MELLER, 1997).
Apesar de alguns avanços, a política federal para a Educação Ambiental ainda carece de maior articulação entre os setores governamentais e não governamentais, para que políticas específicas sejam efetivamente implementadas.
Diante da atual situação, o Brasil está longe de resolver adequadamente a questão ambiental, uma vez que os brasileiros foram deseducados quanto à compreensão dos problemas do Meio Ambiente.
Em síntese, a educação ambiental como uma ação destinada a reformular comportamentos humanos, pode proporcionar a conscientização para a preservação do meio ambiente, por ser “um processo educativo fundamental para garantir um ambiente sadio para todos os homens e todas as formas de vida” (TOZONI-REIS, 2004). 

3 Considerações Finais 

No contexto escolar, a Educação Ambiental possui uma grande importância, apesar de sua introdução ser recente. No entanto, a mesma deve continuar além da escola. Diante desta realidade, vê-se a importância que tal disciplina ocupa na formação do aluno. Pois, ela possibilita uma visão cidadão de vida.
O processo educativo tem que acompanhar a evolução da concepção sobre o papel da escola, suas relações com a sociedade e com a mudança das exigências do mundo. Por isso, a Educação Ambiental não deve ser uma disciplina isolada: ela deve envolver todo o contexto escolar.
Por isso, trabalhar a Educação Ambiental a partir de eixos temáticos, exige do professor pesquisa, trabalho em equipe, criatividade, entre outros atributos. A princípio, isto pode provocar atitudes de medo, insegurança, recusa e, até mesmo, insatisfação e indisponibilidade. No entanto, é um trabalho que precisa ser feito.
Uma missão dessa natureza exige, por parte do professor uma redefinição de seu papel, de sua forma de trabalho. É importante que ele reconheça que a Educação Ambiental é complexa, sendo necessário várias áreas do conhecimento humano para lhe dar o suporte necessário, ou seja, as condições teóricas e metodológicas necessárias à sua efetivação.
A educação ambiental, tratada como tema transversal, deverá ser desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente. A educação ambiental aponta para propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos educandos.
A educação ambiental trata de uma mudança de paradigma que implica tanto uma revolução científica quanto política. A educação ambiental, não somente pode educar para a cidadania, como também pode contribuir para a coletividade consciente de seu papel como responsável pela preservação do mundo que habita.Esta, deve considerar o Meio Ambiente em sua totalidade, levando em conta a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade.
Assim, a Educação Ambiental deve promover o desenvolvimento de uma compreensão integrada do Meio Ambiente, em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo todos os aspectos da vida humana.
As dificuldades que se colocam para a Educação Ambiental, enquanto prática dialógica e crítica, são a falta de recursos, alegada pela maioria dos professores da escola pública e as falhas no processo de formação para atuar como educadores ambientais, verificadas pelos professores de ambas as redes de ensino.
Se toda comunidade escolar não se sensibilizar com as questões socioambientais, vivenciadas cotidianamente, não haverá mudança de comportamento. Este é o papel do educador ambiental: sensibilizar as pessoas para que elas interiorizem os seus problemas mais próximos e adotem atitudes para solucioná-los.
No entanto, a Educação Ambiental não é a solução para todos os problemas ambientais, pois estes têm suas raízes em questões econômicas, políticas, dentre outras, e que há conflitos de interesses entre os vários setores envolvidos.
Apesar disso, não se pode negar que a Educação Ambiental se constitui em um movimento ético e histórico de suma importância para a construção de uma consciência ambiental natural e cultural. Desta forma, percebe-se que a dificuldade em se estabelecer uma prática adequada de Educação Ambiental não se limita apenas aos fatores estruturais. 

4 Referências


BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente e saúde. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. 

FIGUEIREDO, Sandra Araújo. Proposta curricular: educação ambiental. Brasília: MEC, 2004. 

GUIMARÃES, Roberto P. A ética da sustentabilidade e a formulação de políticas de desenvolvimento: Um debate sócio ambiental no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abrano, 2001. 

LEFF, E. Saber Ambiental: Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 2 ED. Petrópolis: Vozes, 2002. 

MEDINA, N. Mininni; SANTOS, E. C. Educação ambiental: Uma metodologia participativa de formação. Petrópolis: Vozes, 2000. 

MELLER, C. B. Educação ambiental como possibilidade para superação da fragmentação do trabalho escolar. In: Espaços da Escola, Itajaí, v. 4, n. 26, p. 39-49, 1997. 

MORAIS, Carlos Antônio de. Meio ambiente: questões atuais. São Paulo: Nova Era, 2002. 

QUINTAS, José Silva. Educação ambiental e cidadania: uma construção necessária. In: Ciclo de palestras sobre meio ambiente. Brasília: MEC/SEF, 2001, p. 41-46. 

SOUZA, Geraldo O. C. Cidade, meio ambiente e modernidade. In: SPOSITO, M. E. B. (Org.). Urbanização e cidades: perspectivas geográficas. Presidente Prudente: GASPERR, 2001. p.253-279.

TOZONI-REIS, M. F. C. Educação ambiental: natureza, razão e história. Campinas-SP: Autores Associados, 2004, p. 172. 

VIOLA, Eduardo. O movimento ecológico no Brasil (1974-1986), do ambientalismo à ecopolítica. In: J. Augusto Pádua (org.) Ecologia e política no Brasil. Rio de Janeiro, Ed. Espaço e Tempo. 1987.

 
ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E SAÚDE - REBES (Pombal – PB, Brasil), v. 3, n. 2, p. 28-33 abr.-jun., 2013

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