Seguidores

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O FUTURO DO TRABALHO, MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS E AS NOVAS HABILIDADES GERENCIAIS

José Ozildo dos Santos
Rosélia Maria de Sousa Santos
Identificação do Texto:

SACOMANO NETO, Mário; NAKAMURA, Mauro Massahico; ESCRIVÃO FILHO, Edmundo. O futuro do trabalho, mudanças organizacionais e as novas habilidades gerenciais. 

1 DESENVOLVIMENTO

O trabalho ocupa um lugar central na vida das pessoas. Atualmente, vive-se na ‘sociedade do trabalho’, que começou a se projetar a partir do final do século XVIII com o desenvolvimento da Revolução Industrial.
Na apresentação de seu estudo, Sacomano Neto; Nakamura e Escrivão Filho mostram que as recentes transformações sociopolíticas e econômicas ocorridas no mundo, influenciam decisivamente o contexto do trabalho nas organizações.
Os referidos autores destacam que o trabalho tornou-se o princípio organizador fundamental das relações sociais. É através do trabalho que os indivíduos adquirem existência e identidade social pelo exercício de uma profissão.
Essa possibilidade fez com que a sociedade industrial se distinguir das demais formações sociais e definisse-se como uma sociedade de trabalhadores.
Os desenvolvimentos tecnológicos e a nova forma de organização do trabalho permitiram a passagem do sistema de produção artesanal para a produção em escala industrial, retirando parte do conhecimento e das decisões técnicas do controle da pessoa que efetivamente realiza o trabalho. Ocorreu, assim, a racionalização deste através da divisão de tarefas, provocando o surgimento do sistema de produção em massa.
Contudo, era preciso encontrar meios/formas de se eliminar os desperdícios na produção para conseguir um ganho em produtividade. E essa necessidade impôs ao trabalhador a 'ciência' do trabalho. Diante disto, surgiram as primeiras teorias organizacionais, figurando como idealizadores Taylor e Ford. Este último estendeu as inovações tayloristas e introduziu a linha de montagem.
Destacam Sacomano Neto; Nakamura e Escrivão Filho que com Ford a imposição do ritmo de trabalho deixou de ser um procedimento normativo e tornou-se uma subordinação mecânica. E que a racionalização da produção era ao ponto comum entre o modelo de organização do trabalho fordista e as ideias tayloristas.
Na primeira metade do século XX, os trabalhadores foram obrigados a se sujeitarem aos métodos estabelecidos pelos administradores responsáveis pela organização do trabalho. Assim, nascia um novo contexto produtivo. Para manter esse contexto foi necessário estabelecer um compromisso (que ficou conhecido como Compromisso Fordista), garantindo aos operários uma participação nos ganhos de produtividade resultantes da racionalização. 
Até a década de 1970, a forma de produção baseada no modelo fordista prevaleceu, caracterizando-se pelo aumento do poder aquisitivo dos assalariados. No entanto, uma aguda recessão econômica abalou esse quadro, assinalando o início de um processo de transição e reestruturação do processo produtivo, atingindo seu clímax na década seguinte, fazendo emergir um novo padrão industrial no cenário mundial.
De forma bem clara, Sacomano Neto; Nakamura e Escrivão Filho informam que o taylorismo e o fordismo cedeu lugar para novos processos produtivos, dentre os quais, destaca-se o toyotismo, fruto de uma experiência japonesa com a produção enxuta.
Nesse novo cenário, em contraposição à organização do trabalho taylorista/fordista, a fábrica transformou-se num organismo complexo, capaz de aprender e ajustar-se às necessidades oligopolistas de competir em qualidade e diferenciação do produto, exigindo um tipo de trabalhador, que valorize seu conhecimento técnico individual e que seja mais polivalente.
Num segundo momento, Sacomano Neto; Nakamura e Escrivão Filho abordam a visão tradicional do ambiente organizacional, afirmando que o surgimento do administrador profissional está ligado a passagem da pequena oficina artesanal para a grande fábrica mecanizada.
No entanto, a preocupação com os aspectos relacionados às estruturas organizacionais tem como ponto de partida os estudos do engenheiro Henry Fayol, que além de precursor deste movimento, acreditava que a busca da eficiência se dava com a estrutura formal da organização.
É oportuno destacar que as estruturas organizacionais, passaram por um processo de evolução, podendo ser classificadas em linear, funcional e organização de linha e assessoria. E, que cada um desses tipos possui suas funções bem definidas.
Utilizando-se dos estudos realizados por Hampton, os autores mostram que com o crescimento das organizações tornou-se inevitável a divisão de tarefas e responsabilidades. E que tal divisão contribui para uma administração eficiente, visto que proporciona benefícios potenciais.
De forma compromissada, Sacomano Neto; Nakamura e Escrivão Filho enumeram as vantagens da divisão do trabalho, como também as suas desvantagens, apontando a alienação do trabalhador como uma dessas desvantagens, acrescentando que para lidar com as consequências dessa divisão, é de suma importância o reconhecimento das habilidades gerenciais, tais como:
i. habilidades técnicas: se voltam para o manuseio de ‘coisas’ (processos ou objetos físicos);
ii. habilidades humanas: referem-se às pessoas trabalharem com outras;
iii. habilidades conceituais: constituem um ingrediente unificador e coordenador do processo administrativo.
Num terceiro momento, os autores abordam a nova visão do ambiente organizacional, mostrando que a tecnologia está alterando o trabalho, bem como o mercado de trabalho, trazendo consequências reducionistas para o nível de emprego no Brasil. Dito como outras palavras, as mudanças tecnológicas vem contribuindo para o aumento da taxa de desemprego. No entanto, deve-se reconhecer que essa contribuição é inferior àquela produzida pela mudança na estrutura organizacional das empresas.
Estudos citados por Sacomano Neto; Nakamura e Escrivão Filho mostram que a essas duas causas do desemprego, pode-se adicionar a política econômica do governo federal, que na década de 1990, estimulou as privatizações.
Esses autores concordam que não há unanimidade quanto as reais influências das causas do desemprego, diferentemente do que ocorre com as consequências, tidas como grande gravidade social.
Outro ponto trazido à discussão, diz respeito à dificuldade da inserção dos jovens no mercado de trabalho. No Brasil, pouquíssimas são as oportunidades de emprego, situação esta também enfrentada por outros países, a exemplo dos Estados Unidos. E, que, no caso específico do Brasil, a maioria dos postos de trabalho abertos está nas micros e pequenas empresas.
Reconhecem Sacomano Neto; Nakamura e Escrivão Filho que, no Brasil, existe a necessidade de se preparar para o emprego e que essa preparação deve começar na escola, evitando-se que os alunos sejam simplesmente preparados para memorizarem informações e não para aprendê-las.

2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise do texto produzido por Sacomano Neto; Nakamura e Escrivão Filho, permite concluir que atualmente, exigi-se uma nova mudança comportamental. Para tanto, o trabalhador deve possuir habilitações de caráter geral para ser capaz de atuar com destaque nesse novo cenário em construção. Ele precisa saber tomar decisões, assumir riscos e ter opiniões próprias.
À semelhança do trabalhador, as organizações também foram forçadas a mudarem o seu perfil nesse novo milênio, objetivando se adequarem às transformações sociais, políticas e econômicas que atingiram a sociedade. Diferentemente do passado, a dinâmica do ambiente concorrencial exige repensar os seguintes aspectos: cultura organizacional, relações interpessoais, motivação, liderança e outros.
Em síntese, ocorreu o fim das chamadas relações duráveis entre empresa e empregado. Hoje, exige-se um novo projeto organizacional alinhado, capaz de facilitar a reestruturação das estruturas e dos processos organizacionais.
Na atualidade, deve-se reconhecer que as organizações não podem existir sem chefias e organizações informais. Por outro lado, a necessidade de se repensar as organizações, fez surgir novas alternativas estruturais em resposta à dinâmica do mercado concorrencial e aos movimentos da produção enxuta.
Criou-se, assim, novas formas de estruturas, a exemplo da horizontal, da virtual e da estrutura voltada para os clientes, além da estrutura em pizza. Ademais, a adoção desse novo modelo organizacional exige a observância de vários passos, cujo conhecimento é primordial para se obter o êxito esperado.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário