FICHAMENTOS
SILVA, Janaina Oliveira. Aluno, a escola, o professor: relações do aprender. Saber Acadêmico, Revista Multidisciplinar da UNIESP, n. 6, p. 23-28, dez/2008.
Peças fundamentais, embora complexas, são as relações humanas na realização das interações dele como indivíduo. Desta forma, a análise da relação entre professor/aluno envolve circunstâncias próprias desse tipo de relacionamento, sem contudo, excluir as bases comuns aos demais tipos de relações (p. 23).
A relação professor-aluno é uma condição do processo de aprendizagem e não se pode desvinculá-la daquilo que a permeia: um programa, normas da instituição de ensino que, em dúvidas, influenciam nesse processo. E daí surge um conflito inerente a essa relação na escola brasileira (talvez mundial): é uma relação que se baseia no convívio de classes sociais, culturas, valores e objetivos diferentes (p. 24).
[..] Por se tratar de uma relação humana [a relação professor-aluno] será, sempre ou quase, conflitante, mas [...] há a possibilidade de um acréscimo naquilo que a escola se justifica como instituição: ensinar (p. 25).
A escola, como um todo, passa por uma crise de sentido; os alunos não sabem
porque vão a ela, a falta de significação do que é estudar, a evasão, a reprovação e a violência que existem nas mais diferentes formas acabam por transformar esta relação professor-aluno ainda mais conflitante e difícil de ser trabalhada (p. 25).
A estrutura do relacionamento da escola com a sociedade é apresentada de forma institucional e definida dentro de um modus operandi. Os elementos dessa relação institucional são: o agente (profissional da educação), a clientela (beneficiários diretos da ação institucional escolar), o mandante (aquele que sustenta a ação institucional) e o público (beneficiário indireto da ação escolar, que tem por papel avaliar os resultados desta) (p. 25).
A relação aluno-professor é estabelecida de forma individual e única. É importante construir meios neste relacionamento através dos quais seja possível a solução de impasses, ou seja, a renegociação do contrato em casos especiais (p. 27).
O contrato por si só não garante o reconhecimento e respeito à autoridade do professor. É necessário que o agente restabeleça seu papel de forma a reconstruir sua relação diariamente, ou seja, se faz necessário assinalar que o reconhecimento de agente com autoridade não é algo natural e/ou automático, e isso se fará presente nas atitudes do agente (p. 27).
MÜLLER, Luiza de Souza. Interação professor-aluno no processo educativo. Integração: Ensino-Pesquisa-Extensão, Ano VIII, n. 31, p. 276-280, Nov/2002.
A relação professor-aluno é uma condição do processo de aprendizagem, pois essa relação dinamiza e dá sentido ao processo educativo. Apesar de estar sujeita a um programa, normas da instituição de ensino, a interação do professor e do aluno forma o centro do processo educativo. A relação professor- aluno pode se mostrar conflituosa, pois se baseia no convívio de classes sociais, culturas, valores e objetivos diferentes [...] (P.276).
[...] Podemos observar dois aspectos da interação professor-aluno: o aspecto da transmissão de conhecimento e a própria relação pessoal entre professor e aluno e as normas disciplinares impostas. Essa relação deve estar baseada na confiança, afetividade e respeito, cabendo ao professor orientar o aluno para seu crescimento interno, isto é, fortalecer-lhe as bases morais e críticas, não deixando sua atenção voltada apenas para o conteúdo a ser dado (p. 276).
A aula não pode ser considerada apenas uma mera transferência de conhecimento, devemos também nos preocupar com o conteúdo emocional e afetivo, que faz parte da facilitação da aprendizagem (p. 276).
[...] O relacionamento baseado na afetividade é, portanto, um relacionamento produtivo auxiliando professores e alunos na construção do conhecimento e tornando a relação entre os dois menos conflitante, pois permite que ambos se conheçam, se entendam e se descubram como seres humanos e possam crescer (p. 276-277).
Uma forma de o professor interferir, melhorar e consolidar a relação professor-aluno no sentido de explorar as possibilidades da filosofia, é discutir e compreender os pressupostos e as concepções de filosofia que estão presentes na sua prática, pois, sem isso, vamos continuar apenas a estudar história da filosofia ou alguns temas isolados, sem uma postura filosófica, atendendo apenas a necessidades imediatas e curriculares (p. 277).
O professor deve constantemente esforçar-se em buscar estas possibilidades e tentar uma discussão dos diversos temas trazendo-os para os dias de hoje, para os problemas atuais, tornando o ensino e a relação professor-aluno proveitosos (p. 277).
O professor deve sempre estar atento aos alunos, às vezes a própria expressão dos alunos indica que é necessário fazer alguma pergunta, não apenas com o intuito de verificar se o exposto foi compreendido, mas também de dar informações aos alunos, para que corrijam seus erros, e ver se entenderam o conteúdo, se há ainda pontos obscuros, se é necessário passar mais exercícios ou dar mais exemplos antes de ir para um novo tema (p. 278).
O professor não pode ser autoritário a ponto de achar que sua palavra é a lei, pois, quando há uma falha na comunicação entre professor-aluno, aluno-professor, poderá ocorrer o distanciamento das duas partes, o que poderá prejudicar a relação; uma vez que o diálogo é um elemento fundamental da aprendizagem [...] (p. 278).
O professor deve usar do diálogo, pois o diálogo pode ser uma fonte de riquezas e alegrias, é uma arte a ser cultivada e ensinada. O professor deve ensinar que o diálogo só acontece quando os interlocutores têm voz ativa, e que se os interlocutores se limitarem a impor visões do mundo sem considerar o que o outro tem a dizer, não estarão praticando um diálogo (p. 278).
Embora estejam limitados por um programa, um conteúdo, um tempo determinado e normas da instituição de ensino, o professor e o aluno interagindo chegam à finalidade do ensino, que é a aprendizagem do educando (p. 278).
O professor pode utilizar a liderança controlando-a para não inibir a criatividade do aluno, criar uma relação de respeito mútuo e organizar o seu método de trabalho (p. 278).
O professor deve facilitar ao aluno o entendimento do que é fazer parte de um grupo ou de uma comunidade, ajudando-o a conhecer as normas que regem a conduta aceita nos mais variados âmbitos, como o social, o cultural e o político (p. 278).
[...] O respeito mútuo é a valorização de cada pessoa, independentemente de sua origem social, etnia, religião, sexo, opinião, é poder revelar seus conhecimentos, expressar sentimentos e emoções, admitir dúvidas sem ter medo de ser ridicularizado, exigir seus direitos (p. 278).
O professor como facilitador do aprendizado deverá buscar a motivação de seus alunos. Não é uma tarefa fácil, pois a falta de motivação pode ter origem em problemas particulares do aluno como cansaço, necessidades afetivas não satisfeitas e, até mesmo, a fome (p. 279).
[...] O docente deverá centrar os seus esforços na aprendizagem e, ao trabalhar com ela, tornar o ensinamento significativo para o aluno, fazendo-o sentir que a matéria tem significância para sua vida (p. 279).
[...] o relacionamento professor-aluno é dinâmico, cabendo ao professor ter sabedoria para lidar com cada situação que se apresente e ter em mente que deverá estar ligado no fato de que o ensinar não é apenas transmissão de conhecimentos, mas também um total envolvimento com situações e a formação de seus alunos como seres pensantes e atuantes, capazes de construir o seu conhecimento (p. 279).
A disciplina e o equilíbrio devem ser mantidos em classe, para que o aprendizado não seja prejudicado, e para que se desenvolva, no aluno, o auto-respeito, o autocontrole e o respeito, ficando o professor atento para que certas situações não fujam do limite. O professor deve se utilizar da liderança controlando-a, no entanto, para não inibir a criatividade do aluno, criando uma relação de respeito mútuo e organizando sua metodologia de trabalho (p. 279).
ARANTES, Kleber de Cássio Ferreira. Breve reflexão sobre a relação professor-aluno no curso de educação física da Universidade Estadual de Londrina. Revista da Fundação de Esporte e Turismo, v. 1, n. 2, p. 32-39, 1989.
A relação professor-aluno é um modo de interação ou encontro profundo que se estabelece entre pessoas. Reflete uma atitude de objetivo bem definido que permite o encontro entre educador e educando (p. 33).
Do professor são requeridas certas características de personalidade e atitudes no relacionamento com os alunos que lhe permitem orientar adequadamente o processo educacional. Ele só poderá contribuir para o crescimento pessoal e intelectual do aluno se for uma pessoa em crescimento constante. Em outras palavras, para a condução de um ser à sua auto-realização, mesmo parcialmente, é necessário outro ser vivendo o mesmo processo, de preferência em etapas mais avançadas (p. 33).
[...] o professor é uma pessoa que, pela função que exerce, influencia grandemente a vida de seus alunos, podendo contribuir consistentemente para seu amadurecimento emocional e desenvolvimento pessoal, levando-o à descoberta de suas aptidões, interesse e capacidades, incentivando-os à própria realização como indivíduos geradores também de crescimento social (p. 33).
Um dos aspectos mais relevantes do processo ensino-aprendizagem é a contínua interação professor-aluno. Centralizando todo esse processo está o professor (p. 33).
A interação professor-aluno é fundamental para uma boa adaptação escolar. Assim o primeiro professor de uma criança tem grande importância na atitude futura desse aluno, não só durante sua fase de aprendizagem, mas na sua relação com os sucessivos professores (p. 34).
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